Ele quis saber o que
estava faltando nas letras. Mostrei-lhe uma por uma. Falavam de Jesus
crucificado, sofredor, cujo sangue fora derramado pela humanidade; falavam de
Maria a pura e servidora; falavam de salvação, de conversão, de graça, de
Espírito que nos renova; exaltavam o Senhor Deus e quando tocavam em temas de
alteridade, diziam coisas gerais do tipo “O mundo está sofrendo por não saber
te amar”
Disse-lhe que suas
letras não iam ao ponto como os documentos da Igreja vão. Falei de alguns temas
pontuais encontrados na Declaração de Puebla na década de 70-80: os mais de 20
rostos de sofrimento da América latina. E apontei para o Documento de Aparecida
que acrescenta mais 29 situações concretas de sofrimento. Ao todo eram quase 50
situações de cruz e de dor que ele poderia musicar para chamar a atenção dos
colegas jovens e das comunidades sobre a doutrina social da Igreja.
Falei-lhe ainda de
mais de vinte encíclicas e de dois documentos do Vaticano e do Compêndio da
Doutrina Social da Igreja. Ele admitiu que não havia lido nenhum daqueles
livros. Não fora motivado a isso. Não quis culpar seus mentores e seu padre
diretor, mas é difícil imaginar que um formador tenha diante de si centenas ou
milhares de jovens e não lhes mostre o que a Igreja diz sobre justiça e paz,
quando o Vaticano II dizia já no começo que sem isso não se pode falar em
Igreja Católica.
Estou curioso para
ler seus novos textos. Ele não parou de escrever canções de louvor, Apenas
acrescentou novos temas à sua catequese ao violão… Se querem saber, acho que é
por ai que se deve ir. Louvor, alteridade, justiça e paz!
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