segunda-feira, 23 de agosto de 2010

BANDA MARANATHA - BRASILIA





ENTREVISTA SELECIONADA
(15-Abr-2009 - Banda Maranatha)

Entrevista concedida pela Banda Maranatha à Pastoral.com - Paróquia São Pedro

Como e quando nasceu o trabalho evangelizador da Banda Maranatha?
Banda Maranatha:
Valério - Quando Jesus era menino... (risos). 
Takinho - Certo dia, fomos a uma experiência de oração e na celebração da missa havia uma banda tocando (Grupo Rio de Agua Viva – Valter, Orlando, Jùlia e Cia). Então pensamos que realmente poderíamos formar uma banda. Inicialmente, nossa intenção era formar uma banda de baile, e achávamos que deveríamos, esporadicamente, tocar nas missas, por sermos católicos de obrigação dominical. Na verdade, o grupo decidiu montar uma banda em 1985, mas consideramos que o início de nossa banda ocorreu em 1986, ano em que nos consagramos.
Naquela época, ainda não participávamos de nenhum movimento ou pastoral da Igreja, mas constantemente éramos “assediados” pelo pessoal do grupo de oração da Paróquia São Pedro e São Paulo, localizada no “Setor M Norte”.
Valério - O Takinho e o Marco gostavam de jogar bola nos finais de semana e possuíam alguns instrumentos de percussão e o Takinho estava aprendendo a tocar saxofone na banda marcial da Escola Industrial de Taguatinga (EIT).
Takinho - Foi quando resolvemos aceitar o convite e fomos participar do grupo de oração. O Valério já fazia parte do grupo. Começamos a desenvolver alguns trabalhos junto ao Ministério de Música. A banda ainda não estava formada, então decidimos sair convidando pessoas para fazer parte da banda. Fizemos o convite primeiramente a Fátima, Elenice, Chagas, Diana e a Dina. Depois anunciamos na missa e lançamos a seguinte pergunta: quem gostaria de fazer parte da Banda? Muita gente apareceu. Então começamos a trabalhar com aquelas trinta e quatro pessoas. Foram momentos de muito aprendizado. Éramos piolhos dos ensaios do Grupo Rio de Água Viva e Grão de Trigo. O Coordenador do Ministério de Música era o Valter. Naquela época, havia um costume: o coordenador acompanhava a formação de novas bandas, ministérios etc, ou então ele indicava alguém para acompanhar. Nós tivemos o privilégio de ter o Vantuir, Grande companheiro que se tornou não só a pessoa que nos orientou como também os laços familiares se estreitaram, ou seja, transformou-se em padrinho da banda. Nossa Missão estava delineada. Trabalhamos arduamente no Grupo de Oração, e podemos testemunhar que aqueles momentos foram muito bom para o nosso crescimento. No dia 25 de outubro de 1986, consagramos ao Senhor o nosso Ministério, portanto essa é a data oficial da nossa “fundação”. Detalhe, mesmo antes da consagração, nunca “tocamos músicas seculares”, desde o início fomos exclusivamente de evangelização.
Marco - O nome da banda não foi uma escolha nossa, foi uma “imposição” “Santa Imposição”. Tocávamos no grupo de Oração Maranatha e ficamos conhecidos como a Banda Maranatha.
Takinho – Quando começamos no grupo de oração e ninguém tocava nada, tínhamos um desejo muito grande de servir a Deus.
Valério - Ou o povo tinha problemas de audição ou Deus estava sendo muito misericordioso conosco, pois à medida em que fomos tocando, Jesus foi tocando a gente e então tudo começou a acontecer, inclusive a chegar mais pessoas para o Grupo de Oração. O Takinho nunca havia tocado teclado, aprendeu tocando; eu nunca tinha tocado baixo na vida, aprendi tocando; o Marco também nunca havia tocado bateria e aprendeu tocando. 
Takinho - Aconteceu conosco conforme diz o ditado “a necessidade faz o sapo pular”. O grupo foi formado por pessoas, não por músicos, ou seja, não escolhemos o melhor cantor, baterista, baixista guitarrista e etc. A única coisa que escolhemos foi servir a Deus. Sempre sentimos vontade de trabalhar com música, mas nunca achamos que fosse possível fazê-lo, principalmente, porque não sabíamos tocar nenhum instrumento, para se ter uma idéia a primeira bateria que o Marco tocou na vida, foi a que nós compramos, e o primeiro Contra-Baixo que o Valério tocou foi pego emprestado, quando participávamos de um festival.
Marco - Tudo isso aconteceu em função do Ministério, à serviço da evangelização no grupo de oração.
Valério - É interessante observar que, naquela época, na Igreja Católica não haviam muitas bandas, existia o Água Viva, o Grão de Trigo e Banda da Rodoviária. Quando começamos, nos juntamos aos grupos que trouxeram novidades como guitarra, bateria, contra-baixo, teclado... 
Valério - De certa forma, hoje podemos dizer que também somos meio “culpados” por haver tantas bandas de músicas.
Ao longo da história da Banda qual foi a música que mais a marcou?
Banda Maranatha:
Maria de Fátima – Para mim a música mais marcante foi Nosso Tudo.
Marco - Antigamente, tínhamos apenas o Padre Zezinho, o Padre Jonas e os grupos protestantes, não tinhamos uma música especifíca.
Valério - Nessa fase, tínhamos várias músicas que foram importantes para nós, portanto é difícil escolhermos uma música específica.
Takinho - As músicas “Nosso Tudo” e “Paz Só em Jesus” marcaram nossa trajetória porque foram nossas primeiras composições. Com elas participamos do I Festival de Música da Renovação Carismática Católica e “Nosso Tudo” foi a música ganhadora desse festival.
Sabemos que a vida em oração é o combustível de nossa caminhada na Igreja. Como vocês direcionam o trabalho nesse sentido? Vocês Oram juntos? Partilham o dia-a-dia?
Banda Maranatha:
Valério - Quando voltamos no tempo e lembramos do início da banda, entendemos que, naquela hora, Deus não escolheu músicos, mas pessoas, cada um de um lugar diferente do mundo. Se dependesse somente de nós, de nossas vidas, não estaríamos aqui hoje. Então a ação de Deus foi providencial. Tivemos uma paixão avassaladora por Jesus, fazíamos de tudo para estar com Ele. Naquela época, éramos todos meninos, então montamos o Manual do Gato Escaldado, aquele era o princípio básico para participar da Banda Maranatha, conforme esse manual, tínhamos as nossas obrigações, nossas tarefas: ir a missa todos os dias, jejum semanal, confissão mensal, oração conjunta, terço todos os dias, leitura diária da Palavra e partilha semanal da Palavra. Nos finais de semana, aconteciam as reuniões do Grupo de Oração, nesses dias acordávamos cedo, lavávamos o salão, fazíamos nossas orações e tinhámos até o momento de cobrança, no qual éramos avaliados: fazíamos a chamada e perguntávamos: “Rezou o terço?” “Não rezou?” “Fique de joelhos”; “Leu a Palavra?” “Não leu?” “Fique de joelhos”. Na verdade, nem entendiámos o que estávamos fazendo, mas obedecíamos. Mas, Deus sabia e estava nos preparando e esta base é o que nos sustenta até hoje. Por exemplo, agendamos essa entrevista para uma segunda feira porque toda segunda feira nos reunimos para rezar, este é um preceito e um costume nosso, desde que a Banda nasceu e permanece até hoje, graças a Deus não desistimos de estar juntos, em oração; de cumprir o compromisso de participar da missa (independente da missa aos domingos, participamos de, pelo menos, mais duas durante a semana); de rezar o terço pela Banda, pelas famílias etc.
Takinho – O Manual do Gato Escaldado era o princípio básico. Para participar da banda Maranatha não era preciso saber tocar, mas era necessário seguir esse princípio.
Valério - Era interessante que as pessoas não queriam ficar no castigo e quando ficavam, era apenas por uma vez. No início, deixamos de ouvir todas as música seculares, até porque precisávamos ouvir aquilo que tocaríamos, queríamos saber o que Deus queria dizer pra nós por intermédio das músicas das outras bandas. 
Takinho – Não ouvíamos FM ou AM, ou seja, ninguém ouvia rádio. Ouvíamos Padre Zezinho, Padre Jonas, outras bandas cristãs não Católicas, enfim, escutávamos somente músicas religiosas. Deus é quem nos segura. Essa não é uma receita, mas para nós foi uma experiência muito interessante. Na verdade, isso fez com que nós nos segurássemos até hoje, pois tudo o que fazíamos era pautado na obediência. Seguíamos um coordenador de música, Valter, que era coordenador da Renovação Carismática e ele nos dizia “não façam isso, não façam aquilo”, nós obedecíamos ao “pé da letra” e gostávamos de obedecer. Isso fez com que criássemos, cada vez mais, o desejo de continuar e fez com que nos firmássemos.
Valério - Dessa maneira, Deus foi fazendo a “peneira”, não ficou por nossa conta dizer quem permaneceria ou sairia da banda. A medida em que a pessoa percebia que eram muitas as exigências, ela “saltava fora”. E a medida que víamos que era bom pra nós, continuávamos e estamos aqui até hoje.
Takinho - Começamos cedo e temos que continuar até o fim é o que nos diz a Palavra. Por isso, vocês terão que nos aturar por muito tempo ainda...
Gostariam de partilhar conosco algum testemunho que tenha marcado a vida de vocês?
Banda Maranatha:
Valério – Nesses vinte anos de banda temos vivenciado muitos testemunhos. O primeiro CD que gravamos podemos considerar “um parto”, além de vendermos tudo que tínhamos, inclusive o carro do Taquinho, fizemos empréstimos, vendemos vale CD antecipado. O primeiro CD foi gravado no ano de 1994, já tínhamos entre nove a dez anos de banda, já havíamos percorrido uma caminhada com o Senhor e Ele tinha uma caminhada conosco. Então, o Senhor nos mostrou que já tínhamos uma história para contar. Muitos, primeiramente gravam um CD, para depois montarem uma banda. Na nossa caminhada, primeiro tivemos experiências com Deus e dessas experiências nasceram as músicas do nosso primeiro CD. Quando se escuta o primeiro e o segundo CD se compartilha um pouco do que Deus fez conosco, da nossa história.
Marco - Hoje muitos nos cobram o relançamento do CD, porque não o conhecem.
Valério - Naquela época, quando participávamos do Grupo de Oração, no Setor M Norte, em Taguatinga, uma senhora deu um testemunho de que houve um dia em que ela e seu marido estavam em meio a uma discussão, então o filho colocou o CD para tocar na faixa “O mundo precisa de Paz”, e nesta hora o casal foi tocado e cessou a discussão. Durante o testemunho ela afirmou que, naquele dia, ouvindo o CD, ela teve o casamento restaurado.
Tivemos uma outra experiência ao tocar em Tocantins, estávamos fazendo um show em praça pública, em Porto Nacional, e uma senhora queria assistir ao nosso show e o seu marido estava embriagado, querendo destruir tudo em casa, quando ele adormeceu, ela foi ao show desesperada, com um filho de colo. Em um determinado momento, conduzimos um momento de oração e pedimos que as pessoas se lembrassem de suas casas, do(a) esposo(a), daquilo que Jesus sucitasse. Naquele instante, tocávamos “A força do viver” e ela se recordava do marido e quando ela menos esperava ele surgiu, ao lado dela, a embriaguês tinha passado e, para ela, aquele momento foi uma restauração para seu casamento.
Valério –Temos muitos outros testemunhos guardados na memória, mas não temos nada catalogado, devem haver inúmeros testemunhos dos quais não temos conhecimento. Se você depois de ler esta entrevista e quiser partilhar algum testemunho poderá entrar em contato conosco pelo email bandamaranatha@bandamaranatha.com.br
Como começaram os trabalhos na Paróquia São Pedro?
Banda Maranatha:
Marco - O Padre Moacir é uma “caixinha de surpresas”... de boas surpresas.
Takinho - Nós tocávamos no grupo de oração todo sábado, há aproximadamente doze anos, mas começou a ficar complicado tocar nesse dia, pois surgiam muitos convites para tocar e essa situação nos incomodava. Então orávamos todas as semanas, pedindo a Deus que providenciasse um grupo de oração para tocarmos às quartas-feiras. Nessa época, não conhecíamos o Padre Moacir, nós apenas o tínhamos visto no Rebanhão, não sabemos como, mas ele conseguiu nosso telefone, ligou e conversou com o Valério que era o responsável pelos contatos da Banda. Durante aquele telefone o padre disse ao Valério que, em oração, Deus tinha o tocado para que convidasse a Maranatha. Mesmo sem sabermos do que se tratava, se era grupo de oração ou missa, aceitamos o convite. 
Valério - Por incrível que pareça, as pessoas tinham uma idéia de que era difícil levar a Banda às suas paróquias, aos eventos, mas, na verdade, somos acessíveis. Com o Padre Moacir aconteceu da mesma forma, ele achava que não aceitaríamos, mas, para surpresa dele, nós aceitamos.
Takinho - Na primeira vez em que fomos tocar na paróquia não deu certo, naquela época a igreja não tinha estrutura de sonorização e o responsável pelo transporte dos equipamentos, em cima da hora, disse-nos que não poderia levá-los. Conseguimos então um caminhão para levar os equipamentos, mas ele não chegou a tempo, foi um desencontro total. Apesar de ter ficado decepcionado, o Padre compreendeu e acertamos para a proxima semana. Daí surgiu a primeira Missa de Libertação, talvez nem mesmo o Padre sabia ao certo como seria.
Valério - Podemos dizer, com certeza, que foi uma obra de Deus. O Padre rezava de um lado e nós rezávamos do outro.
Sabemos que além da doação nas Missas da Paróquia São Pedro, também há um trabalho junto à Arquidiocese de Brasília. Podem nos dizer como é realizado esse trabalho?
Banda Maranatha:
Takinho - Nós tivemos uma formação litúrgica forte, o então pároco de nossa paróquia, Padre Adérson, era muito exigente, fazia questão de ter cursos de liturgia da arquidiocese na paróquia e, como éramos a Banda da paróquia, tocávamos nesses cursos de liturgia. Sempre tivemos preocupação com os cantos liturgicos e, principalmente, de como tocar nas Missas.
Valério - A partir daí estreitamos nosso vínculo com a Arquidiocese e passamos também a servi-la. O Monsenhor Marconi, Doutor em Liturgia, nos ajuda bastante com formação e conselho e isto acaba facilitando o nosso serviço.
Marco - Não temos vaidade e o fator determinante é que, quando fomos convidados, dissemos sim. Da mesma maneira como aconteceu com o Padre Moacir: ele convidou e nós aceitamos.
Takinho - “Portanto, cuidado, se nos convidarem, podemos aceitar”.
Maria de Fátima – Sempre tocamos muito nas crismas, então os bispos vinham à nossa paróquia e conheciam nosso trabalho.
Takinho - O que identifica Banda Maranatha - além do significado do nome, vem Senhor Jesus - é que somos uma Banda à serviço da Igreja, a serviço de Deus.
Valério - Não aceitamos falhar com os compromissos firmados “faça sol ou faça chuva”. Independente do tamanho do evento, nossa entrega é a mesma, tanto faz pra uma ou para 6 bilhões de pessoas. É a Deus que estamos servindo.
Marco - Estabelecemos uma meta na qual o foco é Jesus Cristo, é a Ele quem servimos.
Para finalizar, gostariam de deixar uma mensagem para os visitantes do Site da Paróquia São Pedro?
Banda Maranatha:
Valério - A mensagem que deixamos é que realizamos nosso trabalho através da música que é o que aprendemos a fazer, mas como diz a Palavra, Ele convida muitas pessoas e cada um tem um talento diferente, então coloque o seu também a serviço de Deus e “pé na tábua”. Não perca tempo olhando o que os outros fazem, a Igreja precisa de muita gente para trabalhar, tem espaço para todos, não olhe para o lado e siga sempre em frente.
Takinho - Muitos querem formar bandas em Brasília para shows eventos importantes, mas muitas vezes vamos às missas nas paróquias e não tem ninguém para tocar. É uma contradição. Por isso irmão coloque-se a serviço, tenha Fé, Esperança e Caridade isto é o que importa.
Maria de Fátima - É importante que as pessoas toquem não só instrumentos musicais, mas que sintam o toque de Jesus, para que outros se sintam atraídos por Ele.
Marco – Gostaria que todos fossem tocados por Jesus, que olhassem o exemplo que Maria nos deu, ou seja, fazei tudo que Ele vos disser. Não deixe se usar por aquele que semeia a discórdia, mas deixe que Jesus o ame. Seja sempre correto, você vai perceber que tudo vai mudar em sua vida.
Formação atual:
Marcos Valério – Vocal e Baixo
Antônio Eustáquio (Takinho) – Vocal e Teclado
Marco Antônio – Vocal e Bateria
Maria de Fátima - Intercessora e Salmista
Alessandro Mesquita – Técnico e intercessão
Guilherme Diniz – Técnico de áudio
Enedina Gomes - Intercessão e divulgação
Jerferson - Em caminhada – Guitarrista da Banda Anuncia-me (toca, eventualmente, nas Missas de Libertação)